As nuvens podem ser classificadas segundo o sistema de Howard que as diferencia primeiramente entre nuvens altas (Cirrus, Cirrocumulus e Cirrostratus), nuvens médias (Altocumulus e Altostratus), nuvens baixas (Nimbostratus, Stratocumulus e Stratus) e nuvens com desenvolvimento vertical (Cumulus e e Cumulonimbus).
Tendo em conta a imagem acima:
1 Cirrus (Ci)
Nuvens altas mais comuns, em forma de filamentos que se formam entre os 5 e 11 km de altitude e constituídas inteiramente por cristais de gelo. A presença deste tipo de nuvens indica, geralmente, bom tempo. Quando aparecem no céu de forma espetacular são muitas vezes o pronúncia de uma tempestade ou de uma frente quente em aproximação. As nuvens de gelo (nuvens altas) formam-se quando o ar atinge o seu ponto de saturação a temperaturas inferiores a -40º e congela de imediato. Após a congelação, estes nuvens tendem a crescer e durar bastante tempo ao invés de evaporar.
2 Cirrocumulus (Cc)
Nuvens altas de formação entre os 5 e 11 km de altitude, de cristais de gelo, com aspeto regular de bandas constituídas de pequenos tufos redondos e brancos, atribuindo-se vulgarmente a descrição de “céu encarneirado”. Geralmente, precedem uma tempestade ou a chegada de uma frente quente, ou seja, tempo instável.
3 Cirrostratus (Cs)
Nuvens de cristais de gelo com formação entre os 5 e 11 km de altitude. Estas nuvens são finas e cobrem a totalidade do céu, surgindo normalmente depois dos Cirrus na aproximação de uma frente quente. Como cobrem uma grande parte do céu, implicam uma diminuição da visibilidade, sendo difícil distingui-las de uma bruma ou neblina — a sua composição de cristais de gelo é a chave desta distinção pois a luz atravessa estes cristais, dando-se o fenómeno de refração e, consequentemente, de halos em redor do Sol ou Lua. Geralmente, estas nuvens dão uma previsão de chuva ou neve nas 12h a 24h subsequentes.
4 Altocumulus (Ac)
Nuvens das camadas médias da tropopausa, com base entre os 2 e 6 km de altitude e compostas maioritariamente por gotículas de água (nas camadas superiores podem conter cristais de gelo). Estas nuvens são compostas de pequenos tufos brancos ou cinza, não ultrapassando geralmente 1km de espessura. A sua aparência pode confundir-se com os cirrocumulus ou stratocumulus, diferenciando-se dos primeiros por uma das partes da nuvem ser mais escura que outra e diferenciando-se dos segundos pelo tamanho pais pequeno das células/tufos. O aparecimento destas nuvens está relacionado com stratocumulus em zonas mais altas ou, num céu limpo, pela aproximação de uma frente que obriga o ar quente a subir; estas nuvens podem indicar trovoada.
5 Altostratus (As)
Semelhantes aos cirrostratus — apesar de não provocarem halos —, estas originam uma camada uniforme, espessa e mais baixa de nuvens (com base entre os 2 e 6 km de altitude). Acizentadas ou azuladas, cobrem quase todo o céu tornando a luz do Sol muito ténue e, consequentemente, a inexistência de sombras. Estas nuvens são compostas principalmente por gotículas de água sobrearrefecidas que podem congelar por influência de cristais de gelo que se precipitam de camas mais altas. Na aproximação de uma frente quente, são a nova etapa dos cirrostratus e, quando baixam a sua altitude no seio de uma massa fria e húmida e se tornam ainda mais espessas, podem transformar-se em nimbostratus, causando chuva ou neve fortes e contínuas.
6 Stratocumulus (Sc)
Nuvens baixas, com base entre os 400 m e 2 km de altitude, que se formam quando o vento provoca turbulência no ar húmido junto ao solo, misturando verticalmente o ar e transportando o ar húmido da superfície para cima. Surgindo em filas/rolos ou agrupamentos globulares muitas vezes separados por zonas de céu limpo, estas são esbranquiçadas com partes mais escuras, diferenças que se intensificam com a espessura das nuvens. Frequentemente são formadas a partir de cumulus maiores que alcançam uma camada de ar quente estável; no Inverno, são habituais quando o ar quente e húmido se desloca para Norte. Raramente estão associadas a precipitação forte.
7 Stratus (St)
Estas nuvens baixas têm base a cerca de 400 m ou inferior e originam uma camada uniforme, cinza, que cobre habitualmente todo o céu e não deixa passar a luz solar. Formam-se em condições de atmosfera estável, mas onde o vento à superfície mantém, abaixo da base da nuvem, uma camada de ar quente, ocorrendo condensação. Estas nuvens não estão associadas a precipitação forte, apenas chuviscos, devido à sua espessura fina, mas estão relacionadas com nevoeiro — aliás, o nevoeiro é um stratus que se forma ao nível do solo na ausência de turbulência e, inversamente, os stratus podem resultar da subida do nevoeiro.
8 Cumulus (Cu)
Estas são as nuvens mais comuns, brancas e luminosas e que surgem em diversas formas, como pedaços de algodão. Estas nuvens tem contornos bem definidos devido à contínua produção de gotículas dentro da nuvem, alimentada pelas correntes ascendentes de ar quente. Surgem frequentemente isoladas (podendo os cumulus mais pequenos durar apenas 20 minutos) em dias de sol logo pela manhã, quando o solo começa a aquecer, dissipando-se com o arrefecimento do solo. Quando se agrupam na mesma base produzem o fenómeno de alinhamento de nuvens. A altura do topo do cumulus é a altura à qual o ar ascendente arrefeceu até à temperatura do ar circundante, deixando de ter tendência para subir.
9 Cumulonimbus (Cb)
Estas nuvens formam-se em condições atmosféricas instáveis, estando associadas a tempestades e aos fenómenos mais intensos como trovoadas, aguaceiros, granizo e até tornados. Apresentam-se por grandes massas densas, semelhantes a torres que atingem o limite superior da troposfera, brancas nas bordos e extremamente escuras na base. Formam-se isoladamente ou a partir de cumulus extensos, localizando-se a sua base entre os 500 m e 2 km de altitude e o topo entre os 3 e 6 km. O interior destas nuvens é bastante ativo devido à condensação das quantidades imensas de vapor de água; já na zona do topo, por ação dos ventos dominantes de grande altitude, a cúpula borbulhante que define os cumulus torna-se achatada e forma uma “bigorna”.
10 Nimbostratus (Ns)
Nuvens baixas com base entre os 900 m e 3 km de altitude, escuras e espessas. Associadas a chuva contínua (fraca a moderada) ou neve, produzem um céu sombrio e húmido, apresentando por vezes farrapos soltos de nuvens cinzentas que correm muito depressa abaixo da base da nuvem principal ou então um céu quase negro que anuncia queda de neve. Estas nuvens formam-se quando uma camada de ar quente é forçada a elevar-se (…) e quando a nuvem resultante tem capacidade de se tornar suficientemente espessa para se formarem cristais de gelo nas camadas superiores da nuvem. Os nimbostratus acompanham frentes quentes, separando duas massas de ar húmido e resultam, neste caso, de altostratus que engrossam e descem.
Este artigo foi escrito tendo em conta anotações pessoais e a consulta do livro "Fenómenos Atmosféricos", escrito por Eleanor Lawrence & Borin Van Loon, traduzido pela meteorologista Idália Mendonça. A imagem e as transcrições são retiradas deste livro.
Tendo em conta a imagem acima:
1 Cirrus (Ci)
Nuvens altas mais comuns, em forma de filamentos que se formam entre os 5 e 11 km de altitude e constituídas inteiramente por cristais de gelo. A presença deste tipo de nuvens indica, geralmente, bom tempo. Quando aparecem no céu de forma espetacular são muitas vezes o pronúncia de uma tempestade ou de uma frente quente em aproximação. As nuvens de gelo (nuvens altas) formam-se quando o ar atinge o seu ponto de saturação a temperaturas inferiores a -40º e congela de imediato. Após a congelação, estes nuvens tendem a crescer e durar bastante tempo ao invés de evaporar.
2 Cirrocumulus (Cc)
Nuvens altas de formação entre os 5 e 11 km de altitude, de cristais de gelo, com aspeto regular de bandas constituídas de pequenos tufos redondos e brancos, atribuindo-se vulgarmente a descrição de “céu encarneirado”. Geralmente, precedem uma tempestade ou a chegada de uma frente quente, ou seja, tempo instável.
3 Cirrostratus (Cs)
Nuvens de cristais de gelo com formação entre os 5 e 11 km de altitude. Estas nuvens são finas e cobrem a totalidade do céu, surgindo normalmente depois dos Cirrus na aproximação de uma frente quente. Como cobrem uma grande parte do céu, implicam uma diminuição da visibilidade, sendo difícil distingui-las de uma bruma ou neblina — a sua composição de cristais de gelo é a chave desta distinção pois a luz atravessa estes cristais, dando-se o fenómeno de refração e, consequentemente, de halos em redor do Sol ou Lua. Geralmente, estas nuvens dão uma previsão de chuva ou neve nas 12h a 24h subsequentes.
4 Altocumulus (Ac)
Nuvens das camadas médias da tropopausa, com base entre os 2 e 6 km de altitude e compostas maioritariamente por gotículas de água (nas camadas superiores podem conter cristais de gelo). Estas nuvens são compostas de pequenos tufos brancos ou cinza, não ultrapassando geralmente 1km de espessura. A sua aparência pode confundir-se com os cirrocumulus ou stratocumulus, diferenciando-se dos primeiros por uma das partes da nuvem ser mais escura que outra e diferenciando-se dos segundos pelo tamanho pais pequeno das células/tufos. O aparecimento destas nuvens está relacionado com stratocumulus em zonas mais altas ou, num céu limpo, pela aproximação de uma frente que obriga o ar quente a subir; estas nuvens podem indicar trovoada.
5 Altostratus (As)
Semelhantes aos cirrostratus — apesar de não provocarem halos —, estas originam uma camada uniforme, espessa e mais baixa de nuvens (com base entre os 2 e 6 km de altitude). Acizentadas ou azuladas, cobrem quase todo o céu tornando a luz do Sol muito ténue e, consequentemente, a inexistência de sombras. Estas nuvens são compostas principalmente por gotículas de água sobrearrefecidas que podem congelar por influência de cristais de gelo que se precipitam de camas mais altas. Na aproximação de uma frente quente, são a nova etapa dos cirrostratus e, quando baixam a sua altitude no seio de uma massa fria e húmida e se tornam ainda mais espessas, podem transformar-se em nimbostratus, causando chuva ou neve fortes e contínuas.
6 Stratocumulus (Sc)
Nuvens baixas, com base entre os 400 m e 2 km de altitude, que se formam quando o vento provoca turbulência no ar húmido junto ao solo, misturando verticalmente o ar e transportando o ar húmido da superfície para cima. Surgindo em filas/rolos ou agrupamentos globulares muitas vezes separados por zonas de céu limpo, estas são esbranquiçadas com partes mais escuras, diferenças que se intensificam com a espessura das nuvens. Frequentemente são formadas a partir de cumulus maiores que alcançam uma camada de ar quente estável; no Inverno, são habituais quando o ar quente e húmido se desloca para Norte. Raramente estão associadas a precipitação forte.
7 Stratus (St)
Estas nuvens baixas têm base a cerca de 400 m ou inferior e originam uma camada uniforme, cinza, que cobre habitualmente todo o céu e não deixa passar a luz solar. Formam-se em condições de atmosfera estável, mas onde o vento à superfície mantém, abaixo da base da nuvem, uma camada de ar quente, ocorrendo condensação. Estas nuvens não estão associadas a precipitação forte, apenas chuviscos, devido à sua espessura fina, mas estão relacionadas com nevoeiro — aliás, o nevoeiro é um stratus que se forma ao nível do solo na ausência de turbulência e, inversamente, os stratus podem resultar da subida do nevoeiro.
8 Cumulus (Cu)
Estas são as nuvens mais comuns, brancas e luminosas e que surgem em diversas formas, como pedaços de algodão. Estas nuvens tem contornos bem definidos devido à contínua produção de gotículas dentro da nuvem, alimentada pelas correntes ascendentes de ar quente. Surgem frequentemente isoladas (podendo os cumulus mais pequenos durar apenas 20 minutos) em dias de sol logo pela manhã, quando o solo começa a aquecer, dissipando-se com o arrefecimento do solo. Quando se agrupam na mesma base produzem o fenómeno de alinhamento de nuvens. A altura do topo do cumulus é a altura à qual o ar ascendente arrefeceu até à temperatura do ar circundante, deixando de ter tendência para subir.
9 Cumulonimbus (Cb)
Estas nuvens formam-se em condições atmosféricas instáveis, estando associadas a tempestades e aos fenómenos mais intensos como trovoadas, aguaceiros, granizo e até tornados. Apresentam-se por grandes massas densas, semelhantes a torres que atingem o limite superior da troposfera, brancas nas bordos e extremamente escuras na base. Formam-se isoladamente ou a partir de cumulus extensos, localizando-se a sua base entre os 500 m e 2 km de altitude e o topo entre os 3 e 6 km. O interior destas nuvens é bastante ativo devido à condensação das quantidades imensas de vapor de água; já na zona do topo, por ação dos ventos dominantes de grande altitude, a cúpula borbulhante que define os cumulus torna-se achatada e forma uma “bigorna”.
10 Nimbostratus (Ns)
Nuvens baixas com base entre os 900 m e 3 km de altitude, escuras e espessas. Associadas a chuva contínua (fraca a moderada) ou neve, produzem um céu sombrio e húmido, apresentando por vezes farrapos soltos de nuvens cinzentas que correm muito depressa abaixo da base da nuvem principal ou então um céu quase negro que anuncia queda de neve. Estas nuvens formam-se quando uma camada de ar quente é forçada a elevar-se (…) e quando a nuvem resultante tem capacidade de se tornar suficientemente espessa para se formarem cristais de gelo nas camadas superiores da nuvem. Os nimbostratus acompanham frentes quentes, separando duas massas de ar húmido e resultam, neste caso, de altostratus que engrossam e descem.
Este artigo foi escrito tendo em conta anotações pessoais e a consulta do livro "Fenómenos Atmosféricos", escrito por Eleanor Lawrence & Borin Van Loon, traduzido pela meteorologista Idália Mendonça. A imagem e as transcrições são retiradas deste livro.
Carolina Grilo Santos (Aveiro, 1993) é artista plástica e vive e trabalha atual- mente no Porto, onde integra o coletivo Campanice. Em 2018 co-fundou o projeto Paralaxe e tornou-se investigadora colaboradora no Núcleo i2ADS. Licenciada em Artes Plásticas - Multimédia (2016) e mestre em Práticas Artísticas Contemporâneas (2018) pela Faculdade de Belas Artes do Porto. Expõe regularmente e colabora com diversos projetos desde 2014, partici- pando em exposições coletivas, residências artísticas e conversas, além de mostrar trabalho em formato open studio (Campanice, Porto). Desde 2015 tem ainda exibido anualmente projetos site-specific em exposições individ- uais. Em 2016 foi selecionada para representar Portugal na exposição Notes on Tomorrow - Exposição Europeia Itinerante CreArt, patente em Kaunas (LTU), Kristiansand (NOR) e Aveiro (PT).